quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Medo é tema de novo trabalho do Ponto de Cultura Teatro Experimental


Quem um dia não teve medo de levar uma bronca da mãe ou até mesmo um castigo?

Quem nunca teve medo do confessionário, da professora flagrar aquela cola, do parto, do castigo de Deus, da máscara, do cemitério, do uivo do cachorro, da polícia, do ladrão, de não conseguir, de errar, de magoar, da morte, do silêncio, da fome, da solidão, do desemprego?

Sem a pretensão de esgotar o assunto ou criar uma obra de arte genuína, o Teatro Experimental de Alta Floresta, juntamente com os jovens e adolescentes do Ponto de Cultura Teatro Experimental, resolveu enfrentar o medo do fracasso de um trabalho cênico teatral e montar ‘O Medo Nosso de Cada Dia’ que estréia amanhã em Alta Floresta.

O trabalho que, embora se debruce, ainda que rasamente, sobre o tema medo, chega ao público sem o medo de não ser assertivo. Mistura as linguagens da poesia, do audiovisual, das artes visuais e do próprio teatro para dar vasão a um tempo recorrente durante os módulos de Autoconhecimento e Histórias em Cena.

O medo surgiu nas conversas sobre o bairro Vila Nova e nossas próprias vidas. E antes que alguém se apresse para dizer que os locais desprovidos de uma série de aparatos e políticas públicas produzem medo na sociedade, como a mídia propaga aos quatro ventos, nós do TEAF e os jovens e adolescentes do Ponto de Cultura Teatro Experimental, nos adiantamos a dizer que o medo tornou-se um subterfúgio para aqueles que preferem ignorar o cruel massacre do braço forte do capital financeiro sobre os mais pobres. Uma opressão e exploração geradora de riquezas originárias do suor e lágrimas de pessoas que sobrevivem com 50, 100, 200 e, na melhor das hipóteses, um salário mínimo.

O medo do desemprego tornou-se um instrumento extraordinariamente eficiente para alimentar os detentores das riquezas. E esta, por sua vez, utiliza a mídia para distrair a todos através da espetaculização da mais atroz realidade. Nada muito diferente do instrumento utilizado pela igreja na idade média e do ainda utilizado pelo sem número de igrejas da atualidade que usam o medo do não acolhimento de Deus num novo plano para nos fazer virar as costas para as atrocidades terrenas.

Ao todo serão realizadas quatro apresentações neste ano e marcam o encerramento das atividades do segundo ano do projeto Ponto de Cultura. A estréia acontece amanhã dia 1º de dezembro no Centro Cultural de Alta Floresta. Dia 2 será apresentado na Escola Ludovico da Riva Neto no bairro Vila Nova. A terceira apresentação será dia 7 de novamente no Centro Cultural e encerrando as apresentações, dia 09, na Escola Cecília Meireles na Comunidade Del Rei no município de Carlinda/MT. Todas as apresentações acontecem às 19h30 e são de livro acesso à população.

O Ponto de Cultura Teatro Experimental é mantido através de convênio entre Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso e Ministério da Cultura. Em Alta Floresta possui o apoio da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, Hospital Geral e DK Escala Organização Contábil.

Fonte: Assessoria TEAF

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