sábado, 30 de abril de 2011

Espetáculo "O Dragão" no Palco Giratório do Sesc Arsenal


O Dragão é uma criação sobre o tema da guerra, a partir de fatos e depoimentos reais de um trágico conflito travado no coração do Oriente Médio.

Através do olhar de quatro personagens - dois palestinos e dois israelenses – o Amok Teatro pretende abordar a intimidade da dor infligida pela guerra quebrando a visão distanciada da mídia e da análise dos especialistas que apresentam os fatos, para fazer surgir personagens e testemunhos de destinos confiscados pelo horror.

É um espetáculo sobre o diálogo, a paz e a possibilidade de encontrar atrás da crueldade e da violência uma real humanidade.

O Dragão estreou em 2008 e foi selecionado entre os dez melhores espetáculos do ano pelo jornal carioca O Globo.

Serviço:
Espetáculo "O Dragão" - Amok Teatro (RJ)
30/04 - 20h - Sesc Arsenal
Teatro - Classificação: 12 anos

Abrem-se as cortinas do Palco Giratório no Sesc Arsenal

Entre os dias 29 de abril a 29 de maio de 2011, o Palco Giratório 2011 estará de volta.


Pelo Sesc Arsenal, em Cuiabá, passarão vários grupos teatrais mostrando o melhor da arte, interpretação e beleza cênica. O projeto Palco Giratório foi criado há 14 anos e é um verdadeiro circuito de artes cênicas (único do gênero no país) que mostra o Brasil para o Brasil percorrendo todo o território nacional.

A inspiração adveio do questionamento do Sesc sobre as dificuldades de acesso aos saberes, informações e tecnologias – próprios à produção artística – que, de um modo geral, na maioria das localidades brasileiras, têm contribuído para limitar ou tornar as manifestações culturais reiterativas de fórmulas ou formas já desgastadas.

Diante desse cenário, o projeto Palco Giratório permitiu, ao longo de sua trajetória, que todas as regiões do país participassem de uma rede de distribuição e recepção de bens culturais, conjugando atividades formativas e de fruição.


Hoje, consolidado como iniciativa das mais relevantes para a cultura no país, o projeto apresenta a arte genuína, regional, rica na sua brasilidade, uma mistura de sotaques com a marca da diversidade.

O Palco Giratório estimula, ainda, o exercício de uma “cidadania cultural”, incentivando o acesso ao desenvolvimento de conhecimentos e aptidões artísticas por meio de oficinas, debates e intercâmbios (troca de metodologia entre grupos artísticos). Processo que acaba por incentivar também as produções locais, indo do teatro adulto e infantil, passando por teatro de bonecos e de rua até o circo e a dança, entre outras manifestações.

“Apoiar manifestações que contribuam para a criação artística e intelectual; democratizar a cultura nacional, promovendo o acesso aos bens culturais, são objetivos cotidianos do Sesc. O Projeto Palco Giratório reflete bem este compromisso e se consolida, a cada ano, como uma marca no registro histórico das artes cênicas em nosso país”, disse o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, Maron Emile Abi-Abib.


Cortejo Cênico

O Palco Giratório 2011 em Mato Grosso iniciou ontem, dia 29 de abril, às 16h30, com o Cortejo Cênico que passou pelas ruas de Cuiabá, a caminho do Sesc Arsenal. Levando para a cidade um pouco de alegria e diversão, com os divertidos bonecões do Circo Teatro Leite de Pedras e ao som da Banda Prata da Casa, os transeuntes do centro foram surpreendidos pela alegria e emoção do projeto.

Serviço:
29 de abril a 29 de maio
Sesc Arsenal
Entrada: 1 litro de leite Longa Vida
(Os ingressos começam a ser distribuídos 1 hora antes do espetáculo)
Informações: (65) 3611-0550 / 3616-6901

Confira a Programação completa:
http://sesc-mt.blogspot.com/p/festival-palco-giratorio-2011.html

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Artistas vão às ruas pela Cultura Viva

No final de semana de 16 e 17 de abril aconteceu o Manifesto pela Mobilização da Lei Cultura Viva de Iniciativa Popular.


Artistas cururueiros e dançarinos de siriri de diversos grupos do Estado de Mato Grosso estiveram reunidos em Barra do Bugres, em meio às festividades do Festival Internacional de Pesca, para mostrar parte do trabalho desenvolvido pelos Pontos de Cultura.

Grupos de siriri e cururu de Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Cáceres, Tangara da Serra e o grupo anfitrião de Barra do Bugres realizaram diversas apresentações das danças típicas matogrossenses, encerando com uma belíssima roda onde os grupos se uniram e colocaram-se a dançar, em meio à praça central, atraindo os olhares do público que ali estavam.

O objetivo é fazer com que todos se conscientizem do Programa Cultura Viva, que vem espalhando a diversidade cultural por todos os cantos do Brasil, e fazer com que esse projeto vire Lei e se perpetue, para que não se corra o risco de perder este programa de grande incentivo para a cultura.

Joeli Siqueira, coordenadora do Ponto de Cultura Arte que Transforma, de Tangará da Serra, pode falar sobre "a importância de se manter o Programa Cultura Viva", e ainda explicar a importância de fazer "com que vire Lei este programa que já tem inúmeros pontos espalhados por todo Brasil, ao qual tem dado certo o objetivo proposto de potencializar as iniciativas culturais e promover a difusão cultural".

Pessoas de varias regiões do Mato Grosso que ali estavam participando da programação, se sensibilizaram e participaram do abaixo assinado pela Lei Cultura Viva.

Lei Cultura Viva

O abaixo-assinado é um dos mais antigos métodos de democracia, e, segundo a Constituição Federal: “Todos os cidadãos têm o direito de apresentar, individual ou coletivamente, aos órgãos de soberania, aos órgãos de governo próprio ou a quaisquer autoridades petições, representações, reclamações ou queixas para defesa de seus direitos, da Constituição, das leis ou do interesse geral e, bem assim, o direito de serem informados, em prazo razoável, sobre o resultado da respectiva apreciação.”

Com base nisso, a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura teve a iniciativa de criar a Minuta da Lei Cultura Viva, e ainda como forma democrática, disponibilizá-lo a Consulta pública por 90 dias para que todos possam participar da primeira etapa do processo colaborativo para sua criação. O prazo é de 11 de abril a 10 de julho de 2011, na página do blog do Cultura Viva: http://culturadigital.br/leiculturaviva

E para participar da campanha e assinar o abaixo assinado pela Lei da Cultura Viva acessem: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8759

Por Assessoria Arte que Transforma

"Pátria Madrasta Vil" vence concurso da Unesco

Imperdível para os amantes da língua portuguesa, e claro também para professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema: 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por: Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


"PÁTRIA MADRASTA VIL"

Onde já se viu tanto excesso de falta??? Abundância de inexistência ... Exagero de escassez ... Contraditórios??? Então aí está !!! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para Brasil.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.

Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de Mãe, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa) ... Mas estão elas preparadas para isso???

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra??? De que serve uma mãe que não afaga??? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona???
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil??? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído??? Como gente... Ou como bicho???


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

terça-feira, 26 de abril de 2011

26 de abril - Dia Nacional do Teatro de Bonecos

Redial - Festival Internacional de Vídeo & Dança




Festival Internacional de Vídeo & Dança

Esse vídeo foi produzido para o Edital Vídeo 1′ do dança em foco
Direção: Danilo Pêra
Coreografia: Fabiana Bueno de Castro
Intérprete/Figurino: Fabiana Bueno de Castro
Câmera/Edição/Música: Danilo Pêra
Produção: Danilo Pêra/Fabiana Bueno de Castro
Modelo celular: LG Gm205

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Espetáculo "A Mala de Fugir" no Sesc Arsenal




Espetáculo: A Mala de Fugir


Elenco:
Luiz Carlos Ribeiro
Bia Corrêa
Fernanda Marinon
Valdinei Valério
Layro Zahailla
Airton Reis

Músicos:
PioToledo e Elen Toledo

Texto:
Luiz Carlos Ribeiro

Direção Geral:
Júlio César Camargo

"Ventos Antigos" nos Jogos Estudantis Municipais 2011



Sobre a Banda Shaman

O Shaman é tão bom, ou até melhor algumas vezes, que o Angra, segundo Edson Rocha. O que era uma característica própria do Angra, de unir ao seu som elementos vindos da musicalidade folclórica brasileira, o Shaman fez no álbum "Ritual" em quase todas as músicas. O Shaman não utilizou somente elementos da música brasileira, mas também da música sulamericana e até árabe, isso sem dizer da música clássica.

O vocal André Matos, o guitarrista Hugo Mariutti e o baterista Ricardo Confessori, juntamente com o convidado Tobias Sammet produzem uma música que deveria ser ouvida por muitas bandas do estilo, para que aprendam com se faz.

Sobre "Ancient Winds"

Bárbara Lima tece o seguinte comentário sobre a música “Ancient Winds”: ela "já chega dando a impressão de que o Shaman não quer deixar o melhor por último e é de tamanha magia e grandiosidade que acho que não dá pra expressar ao certo tudo que essa música é de bom. Começando pelo ar místico, e seguindo progressivamente, logo fundindo-se ao erudito por entre violinos, flautas, harpas e escutando em alguns momentos uma leve guitarra".

A música "Ancient Winds" será utilizada no tema de abertura dos Jogos Estudantis Municipais 2011, evento que reunirá alunos de todas as escolas da rede municipal, estadual e particular de Campo Novo do Parecis.


Jogos Estudantis Municipais 2011

A abertura será realizada no próximo dia 29 de abril, às 18h30, no Estádio Ari Tomazelly. A equipe do Departamento de Cultura, apoiada pela equipe do Ponto de Cultura Ninho do Sol, será a responsável pelo cerimonial, que contará com a presença de autoridades, professores, pais e sociedade em geral.

O tema desenvolvido, "A história da bola", conduzirá o público aos primórdios das mais diversas civilizações e seu contato com os diferentes tipos de bolas e os esportes praticados com a mesma. Trazendo a temática ao município, apresentará a bola de mangaba e o jikunahati (o cabeça-bol), esporte tradicional praticado pelos Paresí-Haliti.


Apropriando-se ainda do tema da ONU para 2011, considerado o Ano Mundial dos Afrodescendentes, e considerando-se o Brasil como um país multiétnico, a apresentação cultural utilizará a dança do fogo, a capoeira, o maculelê, a dança de rua e as danças afro para deixar sua mensagem.

Enfim, dança, música, performance, projeção de imagens e civismo serão abordados em mais um evento de abertura de jogos, incentivando alunos-atletas ao melhor que pode ser desenvolvido pelo ser humano: sua vocação natural para o bom e o belo!

domingo, 24 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Água - Quatro Círculos da Vida!




Água

tão essencial ao ser humano e à vida
quanto a cultura aos povos do mundo!


Um pequeno gesto de respeito a todos!


Oliver Shanti & Friends

O músico Oliver Shanti é fiel às suas origens ciganas, por parte de sua avó materna. Viveu em muitos lugares diferentes: Hamburgo no pós-guerra, Paris, Caribe, Amsterdã, Berlim, Califórnia e Norte da África. Cantava em boates e fazia os mais variados tipos de trabalhos até que estabeleceu contato com pessoas do cenário musical Folk e Pop.

Depois do legendário festival de música de Baalbeck, no Líbano, a fascinação de Oliver pela música oriental o levou a permanecer lá. Em 1980, junto com o tecladista e técnico de som Veit Wayman e a multi-instrumentista Margot Shanti criou o selo Sattva Music. A primeira produção foi "Frieden Shanti Peace".


Eles fundiram sons para enlevo e meditação, canções encantadoras e a música étnica mundial, buscando uma sonoridade marcante e independente. Ethno-Pop ou Eletrônica, New Age ou World Music – Oliver Shanti prova ser independente e eclético como poucos.

A reunião de suas melhores produções no álbum "Circles of Life" (1997) foi best-seller durante 18 mês. Nesse período foi apresentado o videoclip "Water - Four Circles of Life", que marcou o final de uma de suas fases de criação.


O álbum que se seguiu "Seven Times Seven" (7x7) significou um novo despertar para Oliver Shanti. Um trabalho de forma e modo surpreendente, que cria um panorama musical de várias culturas. Músicas da África, Ásia, do Oriente Próximo, da América e Europa se encontram e se mesclam, tudo soa como se todos sempre estivessem estado em permanente comunhão, sem qualquer diferença de credos ou de raças, apenas seres humanos unidos pelos melhores sentimentos que são capazes de expressar.

"Medicine Power", a sua obra-prima seguinte, foi criada em conjunto com amigos das tribos Apache, Blackfoot, Cherokee, Chicksaw, Chocktaw, Irokese, e Navajo. As vozes sutis de mulheres índias tocam nosso coração; o ritmo vital básico da terra, as danças em transe, os cantos do Shaman e a percussão que marcam as batidas do coração vitalizam nosso corpo e mente. A beleza e encantamento da flauta indígena conduzem a sentimentos de paz indescritível e a um ambiente de cura espiritual.

Beyond the Invisible - Enigma




Um dos clipes mais interessantes que já encontramos, pois o mesmo oferece muitas possibilidades de se analisar as artes cênicas, especialmente o teatro e a performance.
Utilizamos esse clipe na Oficina "Unidade Visual de Montagem".

Analise:

As personagens - as driades e hamadriades (gregas) e os homens máquinas;
Os figurinos e adereços - especialmente do casal de dançarinos (numa dança do passado ao futuro);
A maquiagem - em especial a hamadriade dançando na árvore, com o corpo todo maquiado;
O cenário - as cores (do vermelho ao violeta);
A iluminação - a forma como ela é utilizada, e a cor (ou a falta dela) e seu significado;
O contexto, acompanhando a letra da música.

Beyond The Invisible

I look into the mirror
See myself, I'm over me
I need space for my desires
Have to dive into my fantasies
I know as soon as I'll arrive
Everything is possible
Cause no one has to hide
Beyond the invisible

Sajaja bramani totari ta, raitata raitata, radu ridu raitata, rota
The brave and wise men came together on horse

Close your eyes
Just feel and realize
It is real and not a dream
I'm in you and you're in me
It is time
To break the chains of life
If you follow you will see
What's beyond reality

Ne irascaris Domine,
ne ultra memineris iniquitatis:
ecce civitas Sancti facta est deserta:
Sion deserta facta est:
Ierusalem desolata est:
domus sanctificationis tuae et gloriae tuae

Do not be angry Lord,
or remember iniquity forever:
behold the Holy City is a desert:
Sion is mad a desert:
Jerusalem is desolate:
the house of your holiness and glory


Além do Invisível

Eu olho no espelho
Vejo-me, além de mim
Eu preciso de espaço para meus desejos
Tenho que mergulhar em minhas fantasias
Eu sei que assim que chegar
Tudo é possível
Porque não há ninguém escondido
Além do invisível

Os homens bravos e sábios vieram junto com os cavalos

Feche seus olhos
Somente sinta e realize
Isto é real e não um sonho
Eu em você e você em mim
Já é hora
De quebrar as correntes da vida
Se você seguir você verá
Algo além da realidade

Não fique irritado Senhor,
ou lembre-se da iniqüidade eterna:
Veja a cidade sagrada é um deserto:
Sião é só um deserto louco:
Jerusalém é desolada:
a casa de sua santidade e glória

Mais real que a realidade




Videoarte

Alunos de dança da escola técnica de Artes de São Paulo, Sofia Sales e Danilo Soares.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

22 de abril - Dia da Terra!

Terra - nossa Mãe, nosso lar!

O dia Mundial da Terra é comemorado no dia 22 de abril. A data surgiu nos Estados Unidos na década de 70 quando o senador Gaylord Nelson organizou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Mas foi só a partir da década de 90 que a data se internacionalizou, ou seja, outros países também passaram a celebrar a data.

Histórico

A primeira manifestação teve lugar em 22 de abril de 1970. Foi iniciada pelo senador Gaylord Nelson, ativista ambiental, para a criação de uma agenda ambiental. Para esta manifestação participaram duas mil universidades, dez mil escolas primárias e secundárias e centenas de comunidades.

A pressão social teve seus sucessos e o governos dos Estados Unidos criaram a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) e uma série de leis destinadas à proteção do meio ambiente.

Em 1972 celebrou-se a primeira conferência internacional sobre o meio ambiente: a Conferência de Estocolmo, cujo objetivo foi sensibilizar os líderes mundiais sobre a magnitude dos problemas ambientais e que se instituíssem as políticas necessárias para erradicá-los.

O Dia da Terra é uma festa que pertence ao povo e não está regulada por somente uma entidade ou organismo, tampouco está relacionado com reivindicações políticas, nacionais, religiosas ou ideológicas.

O Dia da Terra refere-se à tomada de consciência dos recursos na naturais da Terra e seu manejo, à educação ambiental e à participação como cidadãos ambientalmente conscientes e responsáveis.

No Dia da Terra todos estamos convidados a participar em atividades que promovam a saúde do nosso planeta, tanto a nível global como regional e local.

"A Terra é nossa casa e a casa de todos os seres vivos. A Terra mesma está viva. Somos partes de um universo em evolução. Somos membros de uma comunidade de vida independente com uma magnífica diversidade de formas de vida e culturas. Sentimo-nos humildes ante a beleza da Terra e compartilhamos uma reverência pela vida e as fontes do nosso ser..."

O que você pode fazer para preservar nossa Mãe?

Atitudes sustentáveis

Aproveite esta época para fazer alguma coisa boa para o planeta mãe Terra, como plantar uma muda, convocar os amigos para ajudar a coletar o lixo da praça ou parque que você frequenta, colocar lixeiras perto dos rios para evitar lixo nos córregos e muito mais pode ser feito. O importante é passar a mensagem da importância de cuidar do nosso planeta, da nossa casa.

Feito Líquido




Vídeo da Siedler Cia de Dança

Produzido em 2011
Florianópolis, Santa Catarina
Bailarinos e gravação: Elke Siedler e Thiago Schmitz
Edição: Elke Siedler

O que é Performance?

Forma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da música. Nesse sentido, a performance liga-se ao happening (os dois termos aparecem em diversas ocasiões como sinônimos), sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na performance, de modo geral, não há participação do público.

A performance deve ser compreendida a partir dos desenvolvimentos da arte pop, do minimalismo e da arte conceitual, que tomam a cena artística nas décadas de 1960 e 1970. A arte contemporânea, põe em cheque os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares.

Nesse contexto, instalações, happenings e performances são amplamente realizados, sinalizando um certo espírito das novas orientações da arte: as tentativas de dirigir a criação artística às coisas do mundo, à natureza e à realidade urbana. Cada vez mais as obras articulam diferentes modalidades de arte - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. - desafiando as classificações habituais e colocando em questão a própria definição de arte.

As relações entre arte e vida cotidiana, assim como o rompimento das barreiras entre arte e não-arte constituem preocupações centrais para a performance (e para parte considerável das vertentes contemporâneas, por exemplo arte ambiente, arte pública, arte processual, arte conceitual, land art, etc.), o que permite flagrar sua filiação às experiências realizadas pelos surrealistas e sobretudo pelos dadaístas.

Performance do Grupo Fluxus

Origens

As performances conhecem inflexões distintas no interior do grupo Fluxus. As exibições organizadas por Georges Maciunas (1931-1978), entre 1961 e 1963, dão uma projeção inédita a essa nova forma de arte. Os experimentos de Nam June Paik (1932), assim como os de John Cage (1912-1992) - por exemplo, Theather Piece # 1, 1952 -, que associam performance, música, vídeo e televisão, estão comprometidos com a exploração de sons e ruídos tirados do cotidiano, desenhando claramente o projeto do Fluxus de romper as barreiras entre arte/não-arte.

"Coiote" de Joseph Beyus

O nome de Joseph Beuys (1921-1986) liga-se também ao grupo e à realização de performances - nome que ele recusava, preferindo o termo "ação" - que se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual.

Contextualização histórica - década de 60 e 70

Trabalhos muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os contornos específicos dessa modalidade de arte. Por exemplo, em contexto anglo-saxão, Gilbert & George (Gilbert Proesch, 1943, e George Passmore, 1942) conferem novo caráter às performances utilizando-se do conceito de escultura viva e da fotografia que pretende rivalizar com a pintura.

Uma ênfase maior no aspecto ritualístico da performance é o objetivo das intervenções do grupo de Viena, o Actionismus, que reúne Rudolf Schwarzkogler (1941-1969), Günther Brüs (1938), Herman Nitsch (1938) e outros.

Um diálogo mais decidido entre performance e a body art pode ser observado em trabalhos de Bruce Nauman (1941), Schwarzkogler e Vito Acconci (1940). As performances de Acconci são emblemáticas dessa junção: em Trappings (1971), por exemplo, o artista leva horas vestindo o seu pênis com roupas de bonecas e conversando com ele. Em Seedbed (1970), masturba-se ininterruptamente.

Performance de Flávio de Carvalho

Performance no Brasil

No Brasil, Flávio de Carvalho (1899-1973), foi um pioneiro nas performances a partir de meados dos anos de 1950 (por exemplo a relatada no livro Experiência nº 2). O Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945), Frederico Nasser (1945), entre outros, realiza uma série de happenings, por exemplo, o concebido por Wesley Duke Lee, em 1963 no João Sebastião Bar (alguns críticos apontam parentescos entre o Grupo Rex e o movimento Fluxus).

"Narciso" de Hélio Oiticica

A produção de Hélio Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exemplo os Parangolé - guardam relação com a performance, por sua ênfase na execução e no "comportamento-corpo", como define o artista.

Nos anos 1970, chama a atenção as propostas de Hudinilson Jr. (1957). Na década seguinte, devemos mencionar as Eletro performances, espetáculos multimídia concebidos por Guto Lacaz (1948).

Fonte: http://www.itaucultural.org.br/

Abaixo assinado pela Lei Cultura Viva




Participem da Campanha para ser criada a Lei Cultura Viva

Já está disponível o abaixo assinado para ser criada a Lei Cultura Viva, participem!
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8759

Saiba mais a respeito e entre nesta Campanha Lei Cultura Viva de Iniciativa Popular
http://culturadigital.br/leiculturaviva/

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Carta aos Fundamentalistas

Democracia: para refletir!



Email enviado por um estudante de teologia de Boston para Laura Schlessinger, uma personalidade do rádio americano que distribui conselhos para pessoas que ligam para seu show. Recentemente ela disse que a homossexualidade é uma abominação de acordo com Levíticos 18:22 e não pode ser perdoada em qualquer circunstância. O texto abaixo é uma carta aberta para Dra. Laura, escrita por um cidadão americano e também disponibilizada na Internet.

"Cara Dra. Laura,

Obrigado por ter feito tanto para educar as pessoas no que diz respeito à Lei de Deus. Eu tenho aprendido muito com seu show, e tento compartilhar o conhecimento com tantas pessoas quantas posso. Quando alguém tenta defender o homossexualismo, por exemplo, eu simplesmente o lembro que Levítico 18:22 claramente afirma que isso é uma abominação. Fim do debate. Mas eu preciso de sua ajuda, entretanto, no que diz respeito a algumas leis específicas e como seguí-las:

a) Quando eu queimo um touro no altar como sacrifício, eu sei que isso cria um odor agradável para o Senhor (Levítico 1:9). O problema são os meus vizinhos. Eles reclamam que o odor não é agradável para eles. Devo matá-los por heresia?

b) Eu gostaria de vender minha filha como escrava, como é permitido em Êxodo 21:7. Na época atual, qual você acha que seria um preço justo por ela?

c) Eu sei que não é permitido ter contato com uma mulher enquanto ela está em seu período de impureza menstrual (Levítico 15:19-24). O problema é: como eu digo isso a ela? Eu tenho tentado, mas a maioria das mulheres toma isso como ofensa.

d) Levíticos 25:44 afirma que eu posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, se eles forem comprados de nações vizinhas. Um amigo meu diz que isso se aplica a mexicanos, mas não a canadenses. Você pode esclarecer isso? Por que eu não posso possuir canadenses?

e) Eu tenho um vizinho que insiste em trabalhar aos sábados. Êxodo 35:2 claramente afirma que ele deve ser morto. Eu sou moralmente obrigado a matá-lo eu mesmo?

f) Um amigo meu acha que mesmo que comer moluscos seja uma abominação (Levítico 11:10), é uma abominação menor que a homossexualidade. Eu não concordo. Você pode esclarecer esse ponto?

g) Levíticos 21:20 afirma que eu não posso me aproximar do altar de Deus se eu tiver algum defeito na visão. Eu admito que uso óculos para ler. A minha visão tem mesmo que ser 100%, ou pode-se dar um jeitinho?

h) A maioria dos meus amigos homens apara a barba, inclusive o cabelo das têmporas, mesmo que isso seja expressamente proibido em Levíticos 19:27. Como eles devem morrer?

i) Eu sei que tocar a pele de um porco morto me faz impuro (Levítico 11:6-8), mas eu posso jogar futebol americano sem usar luvas? (as bolas de futebol americano são feitas com pele de porco)

Obrigado novamente por nos lembrar que a palavra de Deus é eterna e imutável.

Seu discípulo e fã ardoroso."

A trincheira de Jean Wyllys

Democracia: para refletir!



Por Leandro Fortes

Jean Wyllys de Matos Santos é um sujeito tranquilo, bem humorado, que defende idéias sem alterar a voz, as mais complexas, as mais simples, baiano, enfim. Ri, como todos os baianos, da pecha da preguiça, como assim nomeiam os sulistas um sentimento que lhes é desconhecido: a ausência de angústia. Homossexual assumido, Jean cerra fileiras no pequeno e combativo PSOL, a única trincheira radical efetivamente ativa na política brasileira. E é justamente no Congresso Nacional que o deputado Jean Wyllys, eleito pelos cidadãos fluminenses, tem se movimentado numa briga dura de direitos civis, a luta contra a homofobia.

Cerca de 200 homossexuais são assassinados no Brasil, anualmente, exclusivamente por serem gays. Entre eles, muitos adolescentes.

Mas o Brasil tem pavor de discutir esse assunto, inclusive no Congresso, onde o discurso machista une sindicalistas a ruralistas, em maior ou menor grau, mas, sobretudo, tem como aliado as bancadas religiosas, unidas em uma cruzada evangélica. Os neopentecostais, como se sabe, acreditam na cura da homossexualidade, uma espécie de praga do demônio capaz de ser extirpada como a um tumor maligno.

O mais incrível, no entanto, não é o medievalismo dessa posição, mas o fato de ela conseguir interditar no Parlamento não só a discussão sobre a criminalização da homofobia, mas também o direito ao aborto e a legalização das drogas. Em nome de uma religiosidade tacanha, condenam à morte milhares de brasileiros pobres e, de quebra, mobilizam em torno de si e de suas lideranças o que há de mais lamentável no esgoto da política nacional.

Jean Wyllys se nega a ser refém dessa gente e, por isso mesmo, é odiado por ela. Contra ele, costumam lembrar-lhe a participação no Big Brother Brasil, o inefável programa de massa da TV Globo, onde a debilidade humana, sobretudo a de caráter intelectual, é vendida como entretenimento. Jean venceu uma das edições do BBB, onde foi aceito por ser um homossexual discreto, credenciado, portanto, para plantar a polêmica, mas não de forma a torná-la um escândalo.

Dono de um discurso política bem articulado, militante da causa gay e intelectualmente superior a seus pares, não só venceu o programa como ganhou visibilidade nacional. De repórter da Tribuna da Bahia, em Salvador, virou redator do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, mas logo percebeu que isso não era, exatamente, uma elevação de status profissional.

Na Câmara dos Deputados, Jean Wyllys, 36 anos, baiano de Alagoinhas, tornou-se a cara da luta contra a homofobia no Brasil, justamente num momento em que se discute até a criminalização do bullyng. Como se, nas escolas brasileiras, não fossem os jovens homossexuais o alvo principal das piores e mais violentas “brincadeiras” perpetradas por aprendizes de brucutus alegremente estimulados pelo senso comum. Esses mesmos brucutus que, hoje, ligam para o gabinete do deputado do PSOL para ameaçá-lo de morte.

Abaixo, a íntegra de uma carta escrita por Jean ao Jornal do Brasil, por quem foi acusado, por um colunista do JB Wiki (seja lá o que isso signifique), de “censurar cristãos”. O texto é uma pequena aula de civilidade e História. Vale à pena lê-lo:

Em primeiro lugar, quero lembrar que nós vivemos em um Estado Democrático de Direito e laico. Para quem não sabe o que isso quer dizer, “Estado laico”, esclareço: O Estado, além de separado da Igreja (de qualquer igreja), não tem paixão religiosa, não se pauta nem deve se pautar por dogmas religiosos nem por interpretações fundamentalistas de textos religiosos (quaisquer textos religiosos). Num Estado Laico e Democrático de Direito, a lei maior é a Constituição Federal (e não a Bíblia, ou o Corão, ou a Torá).

Logo, eu, como representante eleito deste Estado Laico e Democrático de Direito, não me pauto pelo que diz A Carta de Paulo aos Romanos, mas sim pela Carta Magna, ou seja, pelo que está na Constituição Federal. E esta deixa claro, já no Artigo 1º, que um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana e em seu artigo 3º coloca como objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A república Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios da prevalência dos Direitos Humanos e repúdio ao terrorismo e ao racismo.

Sendo a defesa da Dignidade Humana um princípio soberano da Constituição Federal e norte de todo ordenamento jurídico Brasileiro, ela deve ser tutelada pelo Estado e servir de limite à liberdade de expressão. Ou seja, o limite da liberdade de expressão de quem quer que seja é a dignidade da pessoa humana do outro. O que fanáticos e fundamentalistas religiosos mais têm feito nos últimos anos é violar a dignidade humana de homossexuais.

Seus discursos de ódio têm servido de pano de fundo para brutais assassinatos de homossexuais, numa proporção assustadora de 200 por ano, segundo dados levantados pelo Grupo Gay da Bahia e da Anistia Internacional. Incitar o ódio contra os homossexuais faz, do incitador, um cúmplice dos brutais assassinatos de gays e lésbicas, como o que ocorreu recentemente em Goiânia, em que a adolescente Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, que, segundo a mídia, foi brutalmente assassinada por parentes de sua namorada pelo fato de ser lésbica. Ou como o que ocorreu no Rio de Janeiro, em que o adolescente Alexandre Ivo, que foi enforcado, torturado e morto aos 14 anos por ser afeminado.

O PLC 122 , apesar de toda campanha para deturpá-lo junto à opinião pública, é um projeto que busca assegurar para os homossexuais os direitos à dignidade humana e à vida. O PLC 122 não atenta contra a liberdade de expressão de quem quer que seja, apenas assegura a dignidade da pessoa humana de homossexuais, o que necessariamente põe limite aos abusos de liberdade de expressão que fanáticos e fundamentalistas vêm praticando em sua cruzada contra LGBTs.

Assim como o trecho da Carta de Paulo aos Romanos que diz que o “homossexualismo é uma aberração” [sic] são os trechos da Bíblia em apologia à escravidão e à venda de pessoas (Levítico 25:44-46 – “E, quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das gentes que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas…”), e apedrejamento de mulheres adúlteras (Levítico 20:27 – “O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles…”) e violência em geral (Deuteronômio 20:13:14 – “E o SENHOR, teu Deus, a dará na tua mão; e todo varão que houver nela passarás ao fio da espada, salvo as mulheres, e as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o SENHOR, teu Deus…”).

A leitura da Bíblia deve ensejar uma religiosidade sadia e tolerante, livre de fundamentalismos. Ou seja, se não pratica a escravidão e o assassinato de adúlteras como recomenda a Bíblia, então não tem por que perseguir e ofender os homossexuais só por que há nela um trecho que os fundamentalistas interpretam como aval para sua homofobia odiosa.

Não declarei guerra aos cristãos. Declarei meu amor à vida dos injustiçados e oprimidos e ao outro. Se essa postura é interpretada como declaração de guerra aos cristãos, eu já não sei mais o que é o cristianismo. O cristianismo no qual fui formado – e do qual minha mãe, irmãos e muitos amigos fazem parte – valoriza a vida humana, prega o respeito aos diferentes e se dedica à proteção dos fracos e oprimidos. “Eu vim para que TODOS tenham vida; que TODOS tenham vida plenamente”, disse Jesus de Nazaré.

Não, eu não persigo cristãos. Essa é a injúria mais odiosa que se pode fazer em relação à minha atuação parlamentar. Mas os fundamentalistas e fanáticos cristãos vêm perseguindo sistematicamente os adeptos da Umbanda e do Candomblé, inclusive com invasões de terreiros e violências físicas contra lalorixás e babalorixás como denunciaram várias matérias de jornais: é o caso do ataque, por quatro integrantes de uma igreja evangélica, a um centro de Umbanda no Catete, no Rio de Janeiro; ou o de Bernadete Souza Ferreira dos Santos, Ialorixá e líder comunitária, que foi alvo de tortura, em Ilhéus, ao ser arrastada pelo cabelo e colocada em cima de um formigueiro por policiais evangélicos que pretendiam “exorcizá-la” do “demônio”.

O que se tem a dizer? Ou será que a liberdade de crença é um direito só dos cristãos?

Talvez não se saiba, mas quem garantiu, na Constituição Federal, o direito à liberdade de crença foi um ateu Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Aforjá, Jorge Amado. Entretanto, fundamentalistas cristãos querem fazer uso dessa liberdade para perseguir religiões minoritárias e ateus.

Repito: eu não declarei guerra aos cristãos. Coloco-me contra o fanatismo e o fundamentalismo religioso – fanatismo que está presente inclusive na carta deixada pelo assassino das 13 crianças em Realengo, no Rio de Janeiro.

Reitero que não vou deixar que inimigos do Estado Democrático de Direito tente destruir minha imagem com injúrias como as que fazem parte da matéria enviada para o Jornal do Brasil. Trata-se de uma ação orquestrada para me impedir de contribuir para uma sociedade justa e solidária. Reitero que injúria e difamação são crimes previstos no Código Penal. Eu declaro amor à vida, ao bem de todos sem preconceito de cor, raça, sexo, idade e quaisquer outras formas de preconceito. Essa é a minha missão.

Jean Wyllys (Deputado Federal pelo PSOL Rio de Janeiro)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Páscoa no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso


Exposição: Via Sacra Contemporânea
De 12 de abril a 07 de maio de 2011

A exposição retrata as quinze cenas da Via-Sacra, a partir do Julgamento à Ressurreição de Cristo. Foram escolhidos 5 artistas, Benedito Nunes, Regina Pena, Jonas Barros, Adir Sodré e Gervane de Paula. Cada artista realizou três atos, executados em pintura acrílica sobre tela, medindo 100 x 90 cm, ficando, portanto 15 trabalhos.
A exposição tem a curadoria da animadora e critica de arte Aline Figueiredo.


Oficina: Contação de história sobre a páscoa
De 05 a 30 de abril de 2011

Contação de história (expressão artística mais próxima do que acontece na transmissão da cultura via oral) sobre a Páscoa.

Os participantes irão pintar um folder interativo e recortar os personagens principais da história que serão usados na oficina de contação de história. Posteriormente, as crianças poderão levar para casa um pouco desse universo e com esse material, contar suas próprias histórias.

Horário: aberto ao público em geral de terça a sábado, das 13h às 18h.
Agendamentos escolares: de terça a sábados das 09h as 11h e das 13h às 18h
Informações e agendamentos: telefone (65) 3028 6285 / 3028 6286
Email: museu@acaocultural.org

PL regulamenta manifestações culturais de rua

Proposta de Lei (PL) é uma reivindicação da classe artística

Manifestações de rua - dentre estas o teatro, necessitam de liberdade de expressão


Foi protocolado ontem, quinta-feira (14), na Câmara, o Projeto de Lei 1096/2011 de autoria do deputado Vicente Cândido, que regulamenta as manifestações culturais de rua. A proposta garante aos artistas de rua o pleno exercício de suas atividades, resguardando os mesmos de qualquer tipo de censura a sua liberdade de expressão.

Essa iniciativa responde as restrições impostas a classe artística nos últimos meses na capital paulista. Com o pretexto de coibir o comercio ambulante ilegal, a prefeitura de São Paulo, em conjunto com o governo do estado, deram inicio a uma série de operações para reprimir essas manifestações artísticas.

No último Congresso Brasileiro de Teatro, que aconteceu em março na cidade de Osasco, o deputado Vicente Cândido recebeu a tarefa de elaborar uma lei a partir de um texto guia construído pelos próprios artistas durante o Congresso. O texto que compõe a lei, recorre a fundamentos da Constituição que se refere a liberdade de expressão e ao direito de acesso a cultura.

Na Câmara, o deputado vai pedir o apoio da Frente Parlamentar em Apoio à Cultura, da qual também é integrante.


Mais informações acesse o site: www.vicentecandido.com.br

Residência Artística com Confraria dos Atores



Maiores Informações: Juliana Capilé
SEC - gerência técnica de artes cênicas
(65) 3613 0203 / (65) 8111 2597

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Todo dia era dia de índio"


A música de Jorge Benjor diz que "todo dia era dia de índio", lembrando que os índios que viviam no Brasil eram donos da terra quando ele foi descoberto. Mas em outra estrofe, Benjor lembra que "agora ele só tem o dia 19 de abril".

Em 1940, no México, foi realizado o I Congresso Indigenista Interamericano, com a presença de diversos países da América e os índios, tema central do evento, também foram convidados. Como estavam habituados a perseguições e outros tipos de desrespeito, preferiram manter-se afastados e não aceitaram o convite.

Dias depois, após refletirem sobre a importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios decidiram comparecer. Essa data, 19 de abril, por sua importância histórica, passou a ser o Dia do Índio, em todo o continente americano.

No Brasil, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto nº 5.540, em 1943, determinando que o Brasil, a exemplo dos outros países da América, comemorasse o Dia do Índio em 19 de abril.


DE ONDE VEM OS ÍNDIOS?

Existem muitas teorias, algumas até excêntricas, sobre a origem dos índios no continente americano, mas nenhuma comprovada. Ainda hoje, físicos, geólogos, arqueólogos, antropólogos e etnólogos dedicam-se a pesquisas para descobrir de onde vêm os índios, os primeiros habitantes da América.

Esses profissionais trabalham em conjunto e utilizam os conhecimentos uns dos outros: os paleontólogos são especialistas em animais fósseis, entre os quais está o homem; o antropólogo compara as características biológicas herdadas pelos ameríndios e as dos habitantes de outras partes do mundo; o arqueólogo estuda os objetos fabricados pelas sociedades que já desapareceram; o etnólogo estuda a distribuição de objetos fabricados pelas sociedades indígenas atuais e seus costumes, comparando-os com os de povos de outras partes do mundo e o lingüista dispõe de técnicas para identificar as línguas de mesma origem, o que levanta a hipótese de uma possível origem comum para os povos que as falam.

Os estudos sobre o povoamento da América começam pela análise de antigos esqueletos índios, passam pela disposição geográfica desses achados e por estudos detalhados que permitem estabelecer o seu tempo de existência. O objetivo disso tudo é conhecer os pontos por onde os primitivos habitantes chegaram ao continente, quando isso aconteceu, de onde vieram e como foi direcionado o povoamento do Novo Mundo.

Mesmo sem chegar a uma teoria comum a todos, a maioria dos estudiosos considera que o homem não surgiu da América. Provavelmente ele veio de fora e sua presença parece ser mais recente no Novo Mundo.

Os pesquisadores acham que os índios são descendentes de asiáticos, que vieram através do Estreito de Bering, sendo esta a migração mais importante para o povoamento da América. Estima-se que os primeiros habitantes chegaram ao continente americano há 40 mil anos passados, na última idade glacial.


ÍNDIOS QUEREM E MERECEM RESPEITO

Desde o início da colonização, os índios foram escravizados pelos portugueses. A partir daí, ficaram sujeitos às leis dos homens brancos e sofreram com prisões, com o desrespeito à sua cultura, com as tentativas violentas de integrá-los ao convívio com a civilização.

Os colonizadores viam os índios como seres inferiores e incapazes, que precisavam adquirir novos hábitos para estarem aptos a conviver com eles. Os nativos perderam sua autonomia e passaram a viver em função das leis que os homens brancos criavam para eles ou a respeito deles.

Somente em 1910 vieram algumas boas notícias com relação ao direito do índio à posse da terra e ao respeito de seus costumes, com a instituição do Serviço de Proteção ao Índio - SPI, pelo Marechal Cândido Rondon.

Entre as principais conquistas estão a permissão aos índios de viver conforme suas tradições, proibição do desmembramento da família indígena, garantia da posse coletiva de suas terras, em caráter inalienável, e dos direitos dos cidadãos comuns aos índios.

Em 1967, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, atualmente subordinada ao Ministério da Justiça.
Apesar de todos esses esforços, ainda era muito forte a idéia de que o índio era um indivíduo incapaz, que precisava ser tutelado pelo Estado até se integrar ao modo de vida do resto da sociedade.

Pela Lei 6001, de 19/12/73, foi sancionado o Estatuto do Índio, que hoje regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.

A Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira a trazer um capítulo sobre os indígenas e com isso alterou a filosofia e a postura que se tinha em relação aos índios e aos seus direitos. Reconheceu oficialmente os índios como povos culturalmente diferenciados e que essa diversidade deveria ser respeitada, sem exigir que eles se adequassem aos hábitos dos homens brancos.


Uma vitória para os índios que hoje têm assegurado por lei o direito de manterem seus costumes, culturas, religiões, língua e tradições. Os benefícios da nova Constituição, entretanto, não se fizeram sentir na prática. Por falta de adequação aos novos conceitos e da regulamentação do próprio texto Constitucional, as mudanças administrativas verificadas na FUNAI, a partir de 1988, não obtiveram o êxito esperado.

A discussão da questão indígena ganhou espaço no âmbito da sociedade civil. O processo de democratização da sociedade e a falta de condições do Estado brasileiro de prestar a necessária assistência aos índios, contribuíram para o surgimento de entidades civis ligadas à causa, que vêm fazendo esse assunto tão importante ultrapassar os limites das discussões acadêmicas e da própria FUNAI.

Mas as dificuldades enfrentadas pelos índios vão além do âmbito cultural. Os interesses econômicos nacionais e estrangeiros também podem ser inimigos das sociedades indígenas. Os índios brasileiros e suas terras muitas vezes são alvo de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que cobiçam essas terras e as riquezas naturais delas, sem se importar com os males e prejuízos causados aos índios e o meio ambiente.

Um exemplo são os garimpeiros que exploram ouro, diamante e cassiterita em terras indígenas e que, além de agir com violência e transmitir todo o tipo de doenças contagiosas aos índios, provocam danos poluindo os rios com mercúrio e outros produtos químicos.

Nas áreas do índios Xikrin, Tembé e Parakanã, no Pará, as madeireiras procuram convencer os índios a arrendar lotes de suas terras para a exploração. Em troca propõem um pagamento que não chega a 10 por cento do valor das madeiras no mercado mas que, mesmo assim, parece alto e suficiente aos índios.

Há também problemas com relação aos projetos de colonização de terras. Os latifundiários que compram a terra, formam grandes propriedades e os índios são obrigados a aceitar a viver em áreas espaçadas umas das outras, cortadas por fazendas e estradas. Da mesma forma os posseiros, sem terras onde trabalhar, invadem terras indígenas, sobretudo aquelas ainda não demarcadas, gerando conflitos e impactos que afetam profundamente as sociedades indígenas.


ORGANIZAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA

Os índios vivem em aldeias e, muitas vezes, são comandados por chefes, que são chamados de cacique, tuxánas ou morubixabas. Normalmente, a transmissão da chefia é hereditária (de pai para filho). Os chefes devem conduzir a aldeia nas mudanças, na guerra, devem manter a tradição, determinar as atividades diárias e responsabilizar-se pelo contato com outras aldeias ou com os brancos. Muitas vezes, ele é assessorado por um conselho de homens que o auxiliam em suas decisões. Os mais velhos - homens e mulheres - adquirem grande respeito da parte de todos. A experiência conseguida pelos anos de vida transforma-os em símbolos das tradições da tribo. O pajé é uma espécie de curandeiro e conselheiro espiritual.

Os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente com a ajuda de processos rudimentares. Eles caçam, plantam, pescam, coletam e produzem os instrumentos necessários a estas atividades. A terra pertence a todos os membros do grupo e cada um tira dela seu próprio sustento.

Para os índios, a terra é um bem coletivo, destinada a produzir a satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade. Todos têm o direito de utilizar os recursos do meio ambiente. Nesse sentido, a propriedade privada não cabe na concepção indígena de terra e território. Embora o produto do trabalho possa ser individual, as obrigações existentes entre os indivíduos asseguram a todos o usufruto dos recursos.

Existe uma divisão de tarefa por idade e por sexo: em geral cabe à mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças; o homem é responsável pela defesa, pela caça (que pode ser individual ou coletiva), e pela coleta de alimentos na floresta.


DIVERSIDADE

Os índios representam uma parcela muito importante e expressiva da população, que precisa ser resguardada como um dos tesouros étnicos do Brasil. Vamos conhecer um pouco da riqueza da diversidade dos povos indígenas em seus vários aspectos.


FÍSICA

Diferentes entre si e também do restante da população brasileira, os grupos indígenas caracterizam-se por usos, costumes, crenças, organização e culturas próprios. A diversidade física também pode ser bem expressiva, mesmo entre os integrantes de uma mesma comunidade, como resultado do hábito de acasalamento entre diferentes etnias.


DE LÍNGUA

As línguas faladas pelos índios do Brasil são ricas e variadas. Hoje as línguas indígenas classificam-se em dois troncos: o Tupi, com sete famílias lingüísticas e que envolve o Tupi-Guarani, e o Macro-Jê, composta de cinco famílias entre elas o Jê. Existem, ainda, outros grupos não incluídos nestes troncos:O Aruák, o Karíb e o Arawá, as três maiores. Além dessas o Guaikurú, Nambikwára, Txapakúpa, Páno, Múra, Katukina, Tukáno, Makú e Yanomami, nove famílias menores, e cerca de dez línguas isoladas, com características únicas, que não se enquadram nas classificações de troncos e famílias existentes. É importante lembrar que poucas línguas indígenas no Brasil foram estudadas em profundidade. O conhecimento sobre elas está, portanto, permanentemente em revisão.


DE COSTUMES

Os estudos etnológicos dividem os índios em áreas culturais, regiões que apresentam homogeneidade sobre certos costumes e artefatos que as caracterizam. De acordo com essa classificação são onze as áreas culturais: Norte-Amazônica, Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantis-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraguai; Paraná; Tietê-Uruguai e Nordeste. Essa classificação refere-se apenas às sociedades indígenas brasileiras do século XX.


CAÇA

É uma atividade tipicamente masculina em todas as sociedades indígenas, pode ser realizada em grupo ou individualmente e é considerada um trabalho. Em geral, os índios são caçadores muito habilidosos e conhecedores das espécies animais. A introdução das armas de fogo e do cão, resultado da interferência do homem branco, tornaram as caçadas mais eficazes para obter não só carne para comer, mas também couro e penas, produtos usados na confecção de artesanatos.


PESCA

Os índios pescam usando vegetais que têm a propriedade de matar ou atordoar os peixes, também pescam com as mãos ou abatem os peixes com flechas de ponta de osso ou a golpes de facão. Hoje já é comum o uso de anzóis de metal, objetos trazidos da civilização urbana.


COLETA

É comum e útil aos grupos que não conhecem a agricultura, tornando-se a única maneira de encontrar alimento vegetal. Os índios procuram frutos, caules e raízes vegetais nativos, isto é, que não foram plantados e cultivados. A coleta inclui ainda a procura de mel e ovos de tartaruga, por exemplo. Também permite obter plantas medicinais, matéria-prima para o preparo de flechas, cordas e resinas para a pintura corporal.


AGRICULTURA

A maior parte das Sociedades Indígenas do Brasil pratica a agricultura em terras florestais utilizando ferramentas como facões, machados e enxadas. Para o plantio os grupos indígenas agricultores preferem, em geral, a mandioca, a batata doce, a abóbora, o cará, as diversas qualidades de milho, a fava, a pimenta, a cana-de-açúcar, o algodão, o inhame, o ananás, a banana e o tabaco.


CRIAÇÃO DE ANIMAIS

Depois do contato com a civilização tornou-se comum, entre diversos grupos indígenas, criar animais domésticos como galinhas, patos, porcos e até bovinos, para o consumo da carne.
Os índios também têm o costume de criar bichos de estimação, como araras, papagaios, macacos etc.


ARTESANATO

Os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e rituais.São cestos, bolsas, esteiras, panelas, esculturas, instrumentos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e enfeites de materiais diversos como cocos, sementes, ossos, conchas. O Programa de Artesanato Indígena - ARTÍNDIA, da FUNAI, comercializa em suas oito lojas, espalhadas pelo Brasil, o artesanato original e rico em cores produzido por cerca de 100 diferentes etnias, com matéria-prima extraída da natureza e sem causar danos ao meio ambiente. As peças são compradas diretamente das comunidades indígenas, incentivando-as à manutenção de padrões de sua cultura material e garantindo, ainda, uma fonte de recursos às tribos.

Funarte Cidadania

Instituição distribui livros de seu catálogo em Pontos de Cultura de todo o Brasil


A Fundação Nacional de Artes (Funarte) dá sequência ao programa de doação de publicações do seu catálogo. Agora, os beneficiados serão os Pontos de Cultura de todo o país, que receberão kits com títulos variados. A iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura. Juntas, a Fundação e a Secretaria começam a desenvolver projetos que visem garantir o acesso às artes como forma de promover a cidadania cultural.

Os títulos em distribuição foram editados pela própria Funarte e oferecem ao leitor, em conjunto, um pequeno inventário da cultura brasileira. Entre eles, há pesquisas sobre elementos fundamentais da cultura popular, como o choro, o maxixe e o carnaval, além de textos que propõem investigações sobre a vida e a obra de grandes artistas. Destacam-se também coletâneas de peças e críticas teatrais que resgatam a memória da nossa dramaturgia. Com um catálogo diferenciado, as Edições Funarte colocam ao alcance de artistas, produtores, pesquisadores, acadêmicos, estudantes e espectadores informações imprescindíveis para uma reflexão crítica sobre as artes.

Os Pontos de Cultura são espaços voltados para a experimentação criativa e envolvem agentes comunitários em projetos de arte, cultura, educação, cidadania e economia solidária. Começaram a ser criados em 2004, como base do Programa Cultura Viva, do MinC. Hoje, constituem uma das mais importantes ações governamentais de fomento à cultura. Implementados por representantes da sociedade civil em convênio com o Ministério, esses espaços potencializam iniciativas de impacto sócio-cultural existentes em suas comunidades. Em abril de 2010, já existiam no Brasil mais de 2.500 Pontos de Cultura.

domingo, 17 de abril de 2011

Artistas discutem aposentadoria

O Ministro da Previdência Social, José Pimentel, se reuniu nos dias 08 a 10 de abril em Fortaleza com artistas para debater a previdência especial para profissionais da cultura. A questão preocupa a categoria, que agora tem o benefício assegurado.

Os artistas do teatro, cinema, literatura e artes plásticas têm pontos em comum. Além dos aplausos, eles buscam outra forma de reconhecimento do trabalho: a aposentadoria. “Às vezes, as pessoas se descuidam, e quando vão ver, já praticamente estão perto de se aposentar, e aí não dá mais tempo de recolher”, afirmou o cineasta Volney Oliveira.

Juntos, os trabalhadores da cultura ouviram do ministro da previdência as explicações sobre o programa do INSS para este segmento profissional: o plano básico prevê uma contribuição de 11% sobre o salário mínimo para garantir a aposentadoria por idade. Com 20% do salário mínimo, é possível garantir o benefício por tempo de contribuição.

A classe artística vai ter também direito a uma aposentadoria complementar, que vai funcionar como um plano de previdência privada e levará em conta a contribuição sobre o Imposto de Renda. “Ele pode aplicar até 12% de seu Imposto de Renda anual. Você tem três sistemas: o simplificado, a previdência por tempo de contribuição e a previdência associativa”, informou o ministro da previdência José Pimentel.

Para quem se dedica à cultura e à diversão do público, a segurança financeira é o desfecho esperado na vida profissional. “Foi uma coisa boa, porque ele nos informou do que pode ser feito e as melhorias que a categoria pode ter”, comentou o humorista Lailtinho.

por Pedro Lacerda - Cineasta

Mobilização nacional dos Pontos de Cultura ocorre nesta segunda-feira


Ampliar, Anistiar e Democratizar. Estes são os principais eixos que motivam a manifestação nacional dos Pontos de Cultura que acontece amanhã, dia 18 de abril, nos estados. A proposta desse primeiro encontro é debater as Leis Griô e Cultura Viva, mobilizar o abaixo assinado nas cidades e organizar o transporte para o segundo momento dessa ação que é a Marcha Nacional dos Pontos de Cultura para Brasília, que acontece no dia 25 de maio.

Nesta segunda-feira (18), serão realizados atos nas representações do MinC e onde não houver uma sede do ministério o ato acontecerá em locais tradicionais de manifestações culturais e políticas (nestes casos, a organização solicita um contato com os representantes estaduais da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura - CNPDC para definição do local).

Mais informações: www.pontosdecultura.org.br

Teatro popular contra a privatização da cultura

Grupos populares de teatro lutam para sobreviver em meio a circuito restrito e que privilegia o teatro para as elites.



Na cerimônia de entrega de um dos principais prêmios do teatro brasileiro uma surpresa: um grupo popular é premiado e, ao invés de agradecer, realiza um protesto contra a patrocinadora do evento, a companhia petrolífera Shell.

No momento do recebimento do troféu, a atriz Nica Maria, do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, jogou óleo queimado, simulando petróleo, sobre a cabeça do ator Tita Reis, que em seu discurso ironizava o patrocínio da Shell. “Nosso coração artista palpita com mais força do que qualquer golpe de estado patrocinado por empresas petroleiras”, diz o ator.

O Coletivo Dolores foi premiado com o espetáculo "A Saga do Menino Diamante, uma Obra Periférica", no último dia 15 de abril, na categoria Especial do 23º Prêmio Shell de Teatro, tradicional premiação que acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Apesar de aplaudida por parte do público, a cena espantou muitos presentes no local, entre eles, conhecidos nomes do meio artístico paulista. A atriz Beth Goulart, que apresentou o prêmio, indignou-se com a atitude do Coletivo. “Receberam um carinho e deram um tapa”, disse.

De acordo com Luciano Carvalho, integrante do Coletivo, a reação desencadeada já era esperada. “Se fosse significativo [o protesto], a gente sabia que iam nos criticar”, conta.

O ator explica que a oposição do Coletivo não é somente ao fato de ser a Shell a financiadora do prêmio, mas à lógica onde se insere a produção artística brasileira, em que os grandes conglomerados econômicos passam a financiar e dizer o que é ou não é arte. “As grandes empresas tornam-se reis dos estados absolutistas de hoje e dizem o que é bom e o que é ruim. É como se fosse um polvo com todos os seus tentáculos infindáveis que estão, inclusive, na cultura, porque também é espaço de construção de ideologia”, afirma Carvalho.



Privatização

O protesto foi realizado para marcar a posição contrária do grupo teatral a este tipo de premiação que, segundo o ator, promove a hierarquização e gera a exclusão daqueles que não atendem aos padrões impostos pelos que controlam o prêmio.

Tal visão não é defendida somente pelo Coletivo Dolores. Grupos de teatro popular e comunitário alertam para a forma como está estruturada a política cultural no Brasil. “Esse tipo de prêmio expõe a maneira como essa área cultural e artística do nosso país está privatizada”, alerta Jorge Peloso, do Impulso Coletivo, grupo teatral de São Paulo.

A privatização do fazer artístico e a consequente exclusão gerada por ela são apontadas pelos atores como resultado da Lei Rouanet, instrumento do Ministério da Cultura (MinC) criado em dezembro de 1991 durante o governo Collor, que possibilita o financiamento das atividades culturais pela iniciativa privada em troca de incentivos fiscais. “É evidente que essas empresas vão escolher para financiar o espetáculo que lhes convém. Ganham muito mais, porque além de ter desconto no imposto de renda, ainda promovem suas marcas através de prêmios como este”, descreve Tita Reis, ator do Coletivo Dolores.

Para Carvalho, é necessário “tirar das mãos dos gerentes de marketing das empresas” o controle sobre o financiamento das produções artísticas e criar-se políticas públicas que contemplem todos os grupos.

Tramita no Congresso desde dezembro de 2009 a proposta de remodelação da Lei Rouanet. Trata-se do projeto de lei para criação do Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (Procultura) que, segundo defende o MinC, democratizará o acesso a financiamentos, prevendo o repasse direto de recursos públicos para projetos que não interessam ao marketing das empresas.

Nos últimos dois anos houve intenso debate sobre o projeto. Grupos populares alertam que não adianta fazer modificações na lei se não for corrigido o seu erro de concepção: conceder dinheiro público a empresas privadas. Na visão deles, para além de aumentar os recursos públicos, é necessário acabar com a renúncia fiscal.



Circulação das artes

Segundo Peloso, enquanto os financiadores da arte destinam seus recursos em prol de seus interesses econômicos, os coletivos que trabalham com linguagem social e nas periferias têm de enfrentar inúmeras dificuldades para sobreviver e realizar o trabalho artístico.

Um exemplo é o Movimento Popular Escambo Livre de Rua, que reúne vários grupos artísticos e realiza espetáculos em comunidades do Ceará e Rio Grande do Norte. O ator Mac Thiago, do Coletivo Cabeça de Papelão, que integra o Escambo, explica que o movimento é feito por grupos autônomos que não têm financiamento de governos. “A gente tenta ao máximo possível viver da rotina do teatro de rua, através de artes circenses e rodadas de chapéu”, relata.

No entanto, o ator pondera a necessidade da distribuição do orçamento destinado à cultura de forma igualitária. “Hoje existem alguns editais das secretarias de cultura e do MinC, mas contemplam poucos grupos. Muitos coletivos de teatro acabam falindo, porque não têm incentivo suficiente para se manter”, descreve.

Jorge Peloso também defende que sejam criadas políticas públicas de difusão cultural que, além de fomentar os espetáculos e os trabalhos dos grupos populares, viabilizem a circulação das artes de modo a chegarem às periferias das cidades, no contrafluxo da atual lógica cultural, em que o fazer artístico está localizado nos centros urbanos.

Apesar de ser contrário a este tipo de premiação, o Coletivo Dolores decidiu receber o prêmio que, além de um troféu, lhe conferiu R$ 8 mil. De acordo com nota do grupo, “esta é uma forma de restituição de uma ínfima parte do dinheiro expropriado da classe trabalhadora”.

Texto lido pelo Dolores durante a entrega do Prêmio Shell:

sábado, 16 de abril de 2011

A Cor da Cultura lança segundo pacote pedagógico



Com o objetivo de contribuir para a inserção da temática da cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares de ensino fundamental, o projeto A Cor da Cultura lançou no dia 11 de abril a segunda parte do pacote pedagógico de mesmo nome. Durante o encontro, educadores de vários estados brasileiros receberam o material que servirá de base para suas aulas no contexto étnico-racial.

O pacote é mais uma medida prática adotada a partir da aprovação da Lei nº 10.639, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares do País. DVDs com novos episódios das cinco séries que fazem parte do projeto, dois cadernos pedagógicos e três mapas (um do continente africano, outro da diáspora africana e outro dos valores civilizatórios afro-brasileiros) integram o conjunto.

A iniciativa, que objetiva fazer com que professores e estudantes percebam com outro olhar o continente africano, é resultado de parceria entre o Ministério da Educação (MEC), a Fundação Cultural Palmares (FCP), a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o Canal Futura, a Petrobras, o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan) e a Fundação Roberto Marinho.

O PROJETO – Iniciado em 2004, A Cor da Cultura desenvolve produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas que visam a valorização da história dos negros no Brasil sob um ponto de vista afirmativo. Com o novo pacote, as equipes envolvidas e representantes institucionais do projeto celebrarão mais um passo na educação de qualidade, incluindo no material escolar um trecho da História do Brasil ignorado por mais de cinco séculos.

Somente nos seus dois primeiros anos, A Cor da Cultura produziu 56 programas de televisão e capacitou mais de 3.000 educadores no Norte, Nordeste e Centro-Oeste para a utilização do primeiro kit educativo. O conjunto de materiais era constituído de 3 cadernos do professor, um mini-glossário Memória das Palavras, cd musical Gonguê e o jogo Heróis de Todo Mundo.

METAS – A meta agora é difundir ainda mais o conhecimento sobre o assunto, de modo a reafirmar a importância da cultura afro-brasileira. O resultado das primeiras oficinas, realizadas em 2010, será a multiplicação do conhecimento adquirido pelo grupo, formando outros 15.000 educadores de escolas públicas.


2011 foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.