domingo, 6 de junho de 2010

Ninho do Sol participa de quadrilha no Caipirão do Reviver 2010

Noivos chegaram à festa de charrete

Junho é mês de festas juninas e o Ponto de Cultura Ninho do Sol participou ensaiando a quadrilha caipira do Grupo da Melhor Idade Reviver.

O Grupo Reviver organizou uma grande festança para receber a comunidade de Campo Novo do Parecis, no sábado dia 05 de junho, na Praça de Eventos, com muita comida e bebida típica e a tradicional quadrilha caipira.

Bandeirolas verde-amarelo para homenagear o Brasil na Copa 2010

Os ensaios da quadrilha foram realizados por Vanderlei César, Diretor de Cultura de Campo Novo do Parecis e Secretário do Teatro Ogan, um dos idealizadores do Ninho do Sol.

O "frei" Vanderlei Guollo ao lado do Presidente da Câmara Municipal "Baxo" e da noiva do casório

Com 13 casais vestidos à moda tradicional, a quadrilha entrou na Praça de Eventos com as cores verde e amarelo nas bandeirinhas do Brasil, lenços nas cabeças e balões numa charrete que trouxe o casal de noivos, numa homenagem ao Brasil na Copa 2010. Ela foi um dos pontos altos da festa provocando risos e brincadeiras.

Nesta época das festas juninas, uma das diversões mais tradicionais é a quadrilha. Mas nem sempre foi assim.

Colorido típico dos trajes juninos

História da Quadrilha

De origem francesa, a quadrilha era dançada, na Europa, por várias dezenas de pares. No tempo do Império, em nosso país, era executada nos grandes bailes realizados na corte. Com o tempo, tornou-se uma dança folclórica, e o comando continua sendo dado com palavras afrancesadas como "balancê" (balancer), "anarriê" (en arrier) e "otrefoá" (autrefois).

A quadrilha não era uma dança de São João, mas teve origem nobre nos salões reais e acabou popularizando-se de tal maneira, que acabou nos terreiros. Em qualquer país europeu no início do século XIX, principalmente na França, era a quadrilha que abria os bailes da aristocracia, e no Brasil, na época da regência, ela fez o maior sucesso ao ser introduzida por maestros franceses. Era tanta a preferência por esse tipo de música e dança que, em 1852, foram dançadas nada menos que 20 quadrilhas.

Aos poucos, acabou perdendo o formalismo dos salões e virou uma mania popular, ganhando um tempero bem brasileiro. Logo surgiram compositores dedicados a esse tipo de música, como o flautista carioca Joaquim Antônio da Silva Calado, que também ficou famoso por suas polcas e lundus.

Com a popularização a quadrilha ganhou também, na forma de dançar e no acompanhamento musical, várias adaptações pelo País. O "saruê" do Brasil central, por exemplo, não esconde a sua origem francesa, pois a palavra é uma variação de "soirêe" e as marcações da dança são bastante semelhante às da quadrilha.

Apesar de ser um outro tipo de dança o "fandango" do Rio Grande do Sul tem marcações nitidamente inspiradas na quadrilha. E o mesmo acontece com a "cana verde", bailado de origem portuguesa muito comum nas regiões centro e sul do Brasil.

Mas é a "mana-chica", dança típica do Estado de Rio de Janeiro - mais especificamente da região de Campos - que mantém a tradição da quadrilha popular do século passado.

Os trajes típicos também sofreram a influência das roupas usadas pelos camponeses brasileiros. O tipo de música tocado nas festas - quadrilha e forró - assim como os instrumentos utilizados - sanfona, zabumba, triângulo - são da mesma forma contribuições da cultura brasileira às festas de origem européia.

Com o crescimento das cidades, a quadrilha passou a ficar restrita ao campo ou aos bairros mais distantes. Entretanto, por causa de sua grande aceitação popular e coreografia, a quadrilha acabou fazendo parte também do universo cultural urbano, só que de maneira diferente.

A quadrilha que conhecemos na cidade é mais um "casório na roça", uma encenação bem humorada em que as pessoas imitam os habitantes do campo, com seus costumes simples e vestimentas.

Por Alexandre Rolim, com informações de Domingos Demasi/Globinho Pesquisa

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